terça-feira, 25 de dezembro de 2012

CONTOZINHO DE NATAL II



Um casal saíra de um restaurante.  O homem cambava. Bêbado, imaginou.  Então, Jesus Cristo, com uma arma de brinquedo, a única para os três filhos, disse: É um assalto.  A mulher, a infeliz mulher, delegada, sacou de uma 465 e deu-lhe três tiros nas fuças.  



2 comentários:

Luiz Filho de Oliveira disse...

Muito bom. Mas uma dúvida: o homem que cambava não é o do casal, é? Entendi que ele ia passando quando o casal saía do restaurante. Daí, sua ideia trágica de assaltá-los. Talvez fosse melhor(?) o artigo indefinido também, pra evitar a ambiguidade. Claro que o texto é seu, mas gostaria de dar um pitaco: creio que, apesar da concisão, ainda haja espaço para um corte, o do verbo "dizer" na terceira linha. Dá mais agilidade à cena, que já é rápida. Recorte de morte.

M. de Moura Filho disse...

A ambiguidade na ficção, notadamente quando curto o texto, enriquece-o, permitindo leituras.
Quanto à concisão proposta, com a supressão de dizer, há pertinência - desde que alterada a estrutura da frase -, como pertinência haverá se, no futuro, eu optar por reduzi-lo a apenas uma frase.
Por fim, obrigado, Luiz Filho de Oliveira, pela avaliação e considerações lançadas no comentário. Afinal, entendo extremamente relevante essa interação do leitor do blog com o contista.